
É assim ó! Um belo dia a gente acorda e as histórias de princesas começam a fazer sentido. Não porque você se apaixonou, simplesmente porque sua consciência começa a encaixar as palavras e a trama vira um filme que marca a sua infância. Comigo foi assim. Que lindo esse mundo que nos proporciona amores perfeitos, príncipes em seus cavalos brancos e um final feliz, que como se a felicidade não fosse o suficiente, dura para sempre. Acreditar nos contos de fadas traz uma sensação gostosa de que virar gente grande não é tão ruim assim.
Mas aí um belo dia você cresce e começa a reparar naquele menino lindo que te empresta a canetinha verde quando a sua tá falhando. De repente, sem nem perceber, você começa a se arrumar mais pra ir pra escola, fica com vergonha quando ele olha pra você, repara no jeito que ele conversa com suas amigas, e quando se dá conta enxerga no rapazinho aquele príncipe das histórias. Tudo lindo até aí. Só que não demora muito até você perceber que o final feliz não vai ser tão feliz assim.
Os anos passam, os príncipes mudam de nome e a cada encontro com essas criaturas místicas elas se parecem cada vez mais com aquele sapo que mora no bloco ao lado. O que fazer então? Seria melhor esquecer a sensação gostosa do amor infantil e aceitar os duros relacionamentos adultos? Seria melhor se contentar com o anfíbio e não desejar ter tudo que a realeza pode lhe oferecer? Uma vida sem borboletas no estomago não me parece tão gostosa assim.
Quero a beleza da infância. Quero que a montanha-russa deixe frio na barriga, quero toda a dor de um coração partido. Vou subir na árvore e lá de cima vou ver uma linda paisagem, quando estiver descendo vou cair e a cicatriz deixada na minha pele vai me lembrar pra sempre da sensação de aventura da subida, da maravilha de ver o mundo de cima, do medo de descer, do ardido do merthiolate e de assoprar sentindo o alívio do ar geladinho.
11 comentários:
o medo de descer e o frio da barriga na montanha-russa são símbolos de uma infância feliz. melhor quando o assopro na ferida vem da boca do primeiro amor, aquele que conhecemos uma vez na meninice, mas podíamos nunca mais ver, que é pra não acabar o encanto...
E qdo eu leio uma coisa ssim, tão bonita, me pergunto por que diabos essa mulher não se joga na escrita, assim como nos amores - seja com príncipes, com sapos, ou com ela própria??
E um comentário acerca dos amores e das montanhas russas: eles são idênticos! Dão frio na barriga, tem altos, baixos, voltas, te viram de cabeça pra baixo e de repente acabam...
Hmmm.. sem muito o que dizer e sem saber o que falar. Achoque parte do desafio é saber como lidar quando as borboletas voam, e elas sempre voam. E saber que as mesmas borboletas vem e voltam, só cuidar direito do jardim nas entre-estações.
(ok... fez ALGUM sentido?)
depois desses comentarios inspirados fica dificil acrescentar alguma coisa. o q posso dizer é q vc criou uma imagem de amorzinho de infancia tao singelo e tao depressivo que me fez lembrar dos meus primeiros amorzinhos. mantenho alguns na memoria, nas minhas fantasias. acho q todo mundo deve saber o q é fantasia e o que é realidade, mas sem esquecer q a fantasia eh inspirada na realidade. gostei muito do ultimo paragrafo...
boa paulinho... porra, devia trabalhar numa revista feminina! tu sabe das coisas, sangue bom.. ótimo texto professorinha!
Muito bom xuxu...
É sempre bom lembrar de nossa infância né??? Muitas lembranças boas mesmo... Só a parte do merthiolate que não é mto agradável né? hauiahiuahauihaiuha (qnts vezes precisei passar merthiolate)hauihauihaia
Mto bom mesmo xu.
Bjãooooo
Franzinha, esse texto despertou em mim a saudade dos tempos em que usava aquelas fardas encardidas das lavagens mas tão vivas nas experiências. Hoje usamos a farda da hipocresia e medo de amar.
Parabéns, se sua intenção era transportar seus leitores ao passado inocente, comigo conseguiu.
gde. beijo!
ótimo teto e concordo plenamente. RCB.
Quando voce cair eu vou estar lá em baixo te esperando, e se cairmos juntas, eu vou assoprar o merthiolate prá voce, e prá voce sentir frio na barriga eu te levo pra correr no meu conversível vermelho [PUMA]. Te amo.
ei prima!
que belo mundo teríamos se a beleza da infância continuasse....como a famosa frase do eterno Cazuza "Meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder" traduz da mesma forma que os príncipes e princesas se transformam em meros anfíbios...O que fazer então?se contentar com o anfíbio?acho que não, prefiro acreditar que assim como procurar uma agulha no palheiro, ainda é possível encontrar principes e princesas em meio a cobras e lagartos,e que eles possam assoprar o Merthiolate quando precisar...
Fica aqui um grande beijo cheio de saudade!
seu primo,
Felipe :)
Fransmey, muito belo! Poderia lançar um livro com todas suas crônicas! Eu compraria!!!! Beijos, Ka
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