quinta-feira, 12 de abril de 2007

Garotos

Ah esses garotos... Quem não sofreu com a total previsibilidade deles? Qual menina nunca tentou classificá-los numa só categoria? Que atire a primeira pedra a mulher que nunca utilizou a máxima: os homens são todos iguais! Na busca pela compreensão do sexo oposto ou quem sabe apenas de uma boa melodia, como mágica uma letra resumiu muito bem os rapazes que me cercam.

Foi com uma voz suave que Paula Toller deu o veredito: garotos gostam de iludir. Sorriso, planos, promessas demais. Geralmente escondem o que mais querem: que eu seja outra entre outras iguais. São sempre os mesmos sonhos de quantidade e tamanho. Garotos fazem tudo igual e quase nunca chegam ao fim, talvez você seja melhor que os outros, talvez, quem sabe, goste de mim. Garotos perdem tempo pensando em brinquedos e proteção, romance de estação, desejo sem paixão, qualquer truque contra a emoção.

Será o sexo masculino decifrável por uma música do Kid Abelha? Até aqui nenhum absurdo...

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Entre mortos e feridos...

É assim... Um belo dia a gente resolve viajar. Os motivos são diversos: trabalho, visita familiar, visita amorosa, curtir um clima diferente, estudos, ou simplesmente uma imensa vontade de sair de uma realidade e entrar em outra. De repente não mais que de repente decidi. “To indo pra São Paulo rock city!” Como todo mundo sabe, tudo que vai tem que voltar, assim como, tudo que sobe desce. Será? Sexta-feira dia 30 de março me mostrou que não é tão simples...

Lá estava eu, desanimada por deixar a amor de uma mãe dedicada e o agito de uma grande metrópole, por uma cidade, que como mágica, nunca me pareceu tão provinciana. O procedimento é o de sempre: espera na fila, entrega o bilhete, “identidade por favor”, coloca a mala na pesagem e reza pra que as coisinhas que você comprou não te cause mais um prejuízo, espera, espera, recebe o bilhete, se informa sobre o portão e na hora adequada entra pra sala de embarque.

Exatamente as quatro e meia da tarde lá estava eu, com o traseiro devidamente assentado em uma das desconfortáveis cadeiras do aeroporto de Congonhas, esperando o momento de embarcar. O tempo foi passando, passando, passando, e um certo desconforto se instalou no ar. Munidos de seus laptops, os workaholics correram atrás dos acontecimentos e rapidamente descobriram o motivo pra tanta demora: aparentemente um grupo de controladores de vôo entrou de greve. Seria isso possível?

Com 365 dias no ano e aproximadamente 16 vôos diários pra Brasília, eu tinha que escolher exatamente o dia que esses filhos da (você sabe de quem!) resolveram brincar com a rotina do brasileiro? Após seis horas de muita leitura, já que o assunto girava nas diversas formas de xingar um presidente, finalmente anunciaram o óbvio: todos as decolagens estavam canceladas. A essa altura a sala de embarque parecia um abrigo nuclear: o ar condicionado não funcionava, todo mundo suando, pessoas pelo chão, um verdadeiro pesadelo pra quem opta pela forma civilizada de viajar.

Hora de resgatar a bagagem! Sim a palavra correta é resgatar. Existiam aproximadamente um milhão de malas nas esteiras, e a grande vitória da noite seria achar a sua, já que não havia um ser vivo pra verificar se os pertences carregados realmente pertenciam a você. De posse da bagagem é hora de voltar ao check-in e remarcar a passagem. Achei que o que eu tinha visto até agora tinha sido aterrorizador o bastante. Que tolice! O que se seguiu foi uma mistura de show de rock com guerra civil. Era gente gritando com os jornalistas (principalmente os globais), agredindo os funcionários das empresas, chorando, empurrando, caindo, apertando e alguns até rindo!

Foi no meio dessa zona que decidi que seria uma mulher determinada e remarcaria minha passagem o mais rápido possível! Com muito jeito, piadinhas e conversa consegui chegar à frente do balcão, e uma senhorita muito mal educada verificou o meu caso. “Ficou marcado assim: amanhã às dez horas em Guarulhos”. Guarulhos? Sinceramente, me manda logo pra marte! Pensei. Mas na altura do campeonato qualquer impedimento era satisfatório. Aceitei minha sina e sai me espremendo no meio da multidão. Com a ajuda de um amigo, dos mais queridos, consegui abrigo, locomoção, e um cachorro quente supimpa. Acordamos no sábado e comemos em uma das muitas padarias paulistas. Depois desse excelente começo cheguei ao meu destino sem maiores problemas. Conclusão... entre mortos e feridos voaram todos.

 
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